Anualmente as ondas geradas pela
Pororoca, no Amapá, desafiam surfistas do mundo todo. Dessa vez, um grupo de
brasileiros resolveu desafiar o fenômeno com
um novo equipamento: o foilboard, uma
prancha menor do que a de surfe tradicional que conta com uma quilha
mais longa e uma lâmina abaixo feita de
alumínio. O experiente Jorge Pacelli e os
aventureiros Alexandre Haigaz e Sérgio Laus provaram que o desafio é
possível e emocionante.
Nas águas do rio Araguari, as ondas
da Pororoca, vindas do oceano Atlântico, são extensas e superam muito a duração das ondas longas do mar aberto. Sobre um equipamento que descola-se da água quando
ganha velocidade, a aventura ganha novas proporções. “O Foil já é mais
complicado e mais difícil, na Pororoca ainda fica bem complicado. Já havia
tentado antes, mas dessa vez deu certo”, comenta Jorge Pacelli, um dos maiores
surfistas de ondas grandes do mundo. “Fomos os primeiros a fazer uma expedição só de foilboard
na Pororoca”, explicou Fabinho Paradise, que
registrou todas as imagens da aventura.
A ideia de organizar a expedição
surgiu por acaso em outra viagem de Haigaz,
aficcionado por esportes de ação. “Fomos para a Pororoca surfar e no
último dia perguntei para a equipe se podia testar meu foilboard”,
lembra. “Neste dia fiz apenas o finalzinho da
onda, durante intermináveis 80 segundos, e saí com um único pensamento: preciso
voltar e pegar essa onda de jeito”, conta o
empresário.
Como o fenômeno da Pororoca ocorre de maneira mais intensa apenas entre fevereiro e maio no Brasil, o retorno deveria ser rápido e ocorreu em maio. Desta forma, alguns dias depois, Pacelli, Haigaz, Laus e Paradise retornaram ao norte do país para encarar as ondas por quatro dias. “Como dizem, a Pororoca é uma onda perfeita para o surfe. Só que ela é muito mais perfeita para o foil!”, destaca Haigaz.
Como o fenômeno da Pororoca ocorre de maneira mais intensa apenas entre fevereiro e maio no Brasil, o retorno deveria ser rápido e ocorreu em maio. Desta forma, alguns dias depois, Pacelli, Haigaz, Laus e Paradise retornaram ao norte do país para encarar as ondas por quatro dias. “Como dizem, a Pororoca é uma onda perfeita para o surfe. Só que ela é muito mais perfeita para o foil!”, destaca Haigaz.
As ondas da Pororoca combinaram bem
com o foil, já que com essa prancha o surfista desloca-se sobre a onda enquanto
ela ainda é uma marola, longe de quebrar. A atividade exige muito equilíbrio e
coragem. Além de ficar distante da água, com riscos de quedas mais bruscas, o surfista
fica preso à prancha com uma bota parecida com a de wakeboard
ou snowboard e, como praticamente não existe atrito entre a prancha e a água, a
prática atinge velocidades que podem chegar a 60 km/h. “É muito difícil usar o
Foil, mas dessa vez com as dicas do Pacelli e o apoio do Haigaz consegui
melhorar minha performance”, comentou Sérgio Laus, recordista mundial de onda
mais longa surfada em Pororoca, com a marca de 11,8 quilômetros percorridos por
36 minutos, em 2009.
Por maiores que sejam as ondas da
Pororoca, elas ocorrem uma vez ao dia e exigem
preparo físico para surfá-las. As correntes podem chegar a 40 km/h e contam com obstáculos naturais como tronco
de árvores, plantas, jacarés, cobras e outros animais. Sem contar que os
aventureiros se alojam às margens do Rio Araguari,
no Amapá. Macapá, a cidade de onde partiu a expedição, fica a 18 horas de barco.
O planejamento exige uma equipe com barcos, Jet Skis e experientes pilotos que
levam o aventureiro até o ponto certo da onda. O grupo viajou patrocinado pela
marca Dardak.
Flávia Fernandes